fila brasileiro

Padrão Oficial da Raça Fila Brasileiro


 

 

 

 

 

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA
Filiada à Fédération Cynologique Internationale

Classificação F.C.I.:

Grupo 2 - Pinscher, Schnauzer, Molossos e Boiadeiros Suiços.

Seção 1 - Molossos do Tipo Dogue.

Padrão nº 225 - 01de Janeiro de 1984.

País de origem: Brasil.

Nome de origem: Fila Brasileiro.

Função Zootécnica: Guarda,Boiadeiro

Prova de trabalho: para o campeonato, independe.


Importante: do Padrão Oficial consta somente o texto original. Os desenhos e os comentários não fazem parte e foram feitos, apenas, para gerar uma facilidade.

Bruno Tausz
Diretor de Cinologia
 

Sérgio Meira Lopes de Castro
Presidente da CBKC.

FILA BRASILEIRO

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Nomenclatura Cinófila utilizada neste Padrão
1 - Trufa.
2 - Focinho.
3 - Stop.
4 - Crânio.
5 - Occipital.
6 - Cernelha.
7 - Dorso.
8 - Lombo.
9 - Garupa.
10 - Raiz da cauda.
11 - Ísquio.
12 - Coxa.
 
13 - Perna.
14 - Jarrete.
15 - Metatarso.
16 - Patas.
17 - Joelho.
18 - Linha inferior.
19 - Cotovelo.
20 - Linha do solo.
21 - Metacarpo.
22 - Carpo.
23 - Antebraço.
24 - Nivel do esterno.
25 - Braço.
26 - Ponta do esterno.
27 - Ponta do ombro.

a - profundidade do
peito.

b - altura do cotovelo.

a + b = altura do cão
na cernelha.

APARÊNCIA GERAL: raça tipicamente molossóide. Poderosa ossatura, figura retangular e compacta, harmoniosa e proporcional. Apresenta, aliada à uma massa, grande agilidade concentrada e facilmente perceptível. As fêmeas devem exibir feminilidade bem pronunciada, diferenciando-se, nitidamente, dos machos.


CARÁTER E TEMPERAMENTO: dotado de coragem, determinação e valentia notáveis. Para com os de sua casa é dócil, obediente e extremamente tolerante com as crianças. É proverbial sua fidelidade, procurando com insistência a companhia dos donos. Caracteriza-se pela aversão a estranhos. De comportamento sereno, revelando segurança e confiança própria, absorve perfeitamente ambientes e ruídos estranhos. É inexcedível guarda da propriedade dedicando-se, também, e, por instinto, às lides de gado e à caça de animais de grande porte.


EXPRESSÃO: em repouso é calma, nobre e segura. Nunca apresenta olhar vago ou de enfado. Em atenção, sua expressão é de determinação, refletida num olhar firme e penetrante.


ALTURA: machos: 65 a 75 cms.
fêmeas: 60 a 70 cms.


PESO:  Mínimo de 40 kg para as fêmeas.
               Mínimo de 50 kg para   machos.
 

COR: excetuando-se o branco, cinza rato, malhado, manchetado, preto e canela ( Black and tan )   e azul, são permitidas: todas as cores sólidas; tigradas de fundo nas cores sólidas, com rajas de pouca intensidade até os fortemente rajados, podendo ou não, apresentar máscara preta.

Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nos pés, peito e ponta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem.

PELE: representa uma das características rácicas mais importantes. É grossa, solta em todo corpo, principal-mente no pescoço, onde forma pronunciadas barbelas, estendendo-se, em muitos casos, pelo peito e
abdome. Alguns exemplares apresentam uma dobra nas faces laterais da cabeça e também, na cernelha descendo até o ombro.

Com o cão em repouso, a cabeça não apresenta rugas; quando excitado, na contração para erguer as orelhas, a pele do crânio forma, entre elas, pequenas rugas longitudinais.

PELAGEM: formada de pêlo baixo, macio, espesso e bem assentado.
 
CABEÇA: grande, pesada,Fila_003.jpg (14149 bytes) maciça, sempre em harmonia com o tronco. Vista de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio. Vista de perfil, o crânio e o focinho guardam a pro-porção aproximada de 1:1, sendo o focinho ligeiramente menor que o crânio.
 
CRÂNIO:   de perfil, mostra suave curva, do stop ao occipital, que é bem marcado e saliente, notadamente nos filhotes. De frente, é largo, amplo, com a linha superior ligeiramente arqueada. As faces laterais descem em curva, quase vertical, estreitando-se para o focinho, sem fazer degrau.

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STOP: (2) visto de frente, é, praticamente, inexistente. Sulco sagital em suave
ascendência até, aproximada-mente, a metade do crânio. Visto de perfil, é baixo, inclinado e, virtualmente, formado pelas arcadas superciliares, muito desenvolvidas.

FOCINHO: (1) forte, largo, profundo, sempre propor-cional ao crânio. Visto de
cima, é cheio sob os olhos, estreitando-se, muito levemente, até o meio, alargando-se, também levemente, até a curva anterior. Visto de perfil, a linha superior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. A linha anterior é quase perpendicular à linha superior com ligeira depressão logo abaixo do nariz, e seguindo para a linha inferior por uma curva perfeita dos lábios superiores que são grossos, pendentes, sobrepõem-se aos inferiores, definindo a linha inferior do focinho, quase paralela à superior, terminando com a comissura labial sempre aparente.   Lábios inferiores, bem ajustados ao maxilar, da ponta do queixo até os caninos, soltos daí para trás, com as bordas denteadas. Focinho de boa profundidade na raiz, sem ultrapassar  o comprimento. Na oclusão dos lábios, a rima labial se delineia em forma de "U" invertido, profundo.

NARIZ: narinas de cor preta, largas, bem desenvolvidas, sem ocupar toda a largura do maxilar.

OLHOS: de tamanho médio a grande, em formato amendoado e bem afastados, de
inserção média a profunda, a coloração vai, do castanho escuro ao amarelado, sempre de acordo com a pelagem. Devido à pele solta, muitos exemplares apresentam pálpebras caídas, detalhe que não deve ser considerado falta, pois aumenta o aspecto triste do olhar típico da raça.

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ORELHAS: grandes, grossas, em forma de "V". Largas na base, estreitando-se na
extremidade arredondada. Inserção inclinada, com o bordo anterior mais alto que o
posterior, na parte mais posterior do crânio, na altura da linha média dos olhos, quando em repouso. Quando em atenção, a base eleva-se acima da inserção. Portadas caídas de lado (1) ou dobradas para trás (2), mostrando o seu interior.

DENTES: caracterizam-se pela maior largura, em relação à altura. São fortes e claros. Os incisivos superiores, largos na base e afilados na ponta. Os caninos são poderosos, bem inseridos e afastados. A mordedura ideal é em tesoura, sendo admissível a mordedura em torquês."

PESCOÇO: extraordinariamente forte e musculoso, dando a impressão de curto. Linha superior levemente arqueada, destacando bem a passagem do crânio para a nuca. Garganta provida de barbelas."

TRONCO: forte, largo e profundo, revestido de pele grossa e solta. Tórax mais longo que o abdome. O comprimento do tronco, medido do antepeito à parte posterior da nádega, é determinado pela altura da cernelha, mais 10%.

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LINHA SUPERIOR: cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamento das escápulas,
e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha, a linha superior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendência a sela ou carpeamento.

TÓRAX: costelas de bom arqueamento, sem, todavia, influenciar a posição dos ombros, peito largo e profundo, atingindo a ponta do cotovelo. Peitorais (antepeito) bem salientes.

FLANCOS: menos longos e menos profundos que o tórax, mostrando a separação de suas regiões integrantes. Nas fêmeas, as abas do flanco são mais desenvolvidas. Visto por cima, é menos largo e cheio que o tórax e a garupa, porém, sem marcar cintura.

LINHA INFERIOR: peito longo e paralelo ao solo, em toda a sua extensão. Ventre
suavemente ascendente, nunca esgalgado.

GARUPA: angulada, aproximadamente, a 30º com a horizontal, larga, longa, delineando uma curva suave. Pouco mais alta do que a cernelha. Vista por trás, a garupa deve ser ampla, de largura aproximadamente igual à do tórax, podendo ser ainda mais larga nas  fêmeas.

ANTERIORES: ombrosAnat_011.jpg (10920 bytes) idealmente estruturados por dois ossos de igual tamanho (escápula e úmero), sendo que, a escápula faz 45º com a horizontal e aproximadamente a 90º com o úmero.   A articulação escápulo-umeral, que forma a ponta do ombro,   está situada no mesmo nível e um pouco atrás da ponta do esterno. No ideal, o ombro deve ocupar o espaço da cernelha ao esterno, e a ponta do  ombro deve situar-se a meia altura, dessa distância. Uma perpendicular, baixada pela cernelha, deve atravessar o cotovelo e recair na pata. A altura do cotovelo ao chão, é igual à do cotovelo à cernelha. Braços paralelos, de ossatura poderosa e reta, carpos fortes e aparentes, metacarpos curtos, levemente inclinados.
 

PATAS: formadas por dedos fortes e bem arqueados, não muito juntos, apoiados em digitais espessos e contornando almofadas plantares largas, profundas e grossas. Em sua posição correta, os dedos devem apontar para a frente. Unhas fortes, escuras,          podendo
ser brancas, quando essa for a cor do respectivo      dedo.

POSTERIORES: de ossa-tura forte, ligeiramente Anat_012.jpg (8525 bytes)
mais leve que a dos anteriores, porém nunca deverá
parecer fina, em relação ao todo. Coxa larga, de
contorno abau-lado, formado pelos músculos
que descem do ílio e os do ísquio que delineiam
a curva da nádega, razão de exigir-se o ísquio de bom
comprimento.

PERNAS: paralelas, tarsos fortes, metatarsos
levemente inclinados, mais altos que os
metacarpos. Angulações do  joelho e jarrete, moderadas.

PATAS: iguais às anteriores, apenas, um
pouco mais ovaladas. Não devem apresentar
ergôs.

CAUDA: de raiz muito larga, inserção média, afinando rapidamente, com a ponta
alcançando o nível do jarrete. Quando o cão está excitado, eleva-se, acentuando a curva da extremidade. Não deve cair sobre o dorso ou enroscar-se.

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MOVIMENTAÇÃO: passos largos, elásticos, lembrando os dos felinos. A característica, principal, é movimentar os dois membros, de um mesmo lado, para depois movimentar os do outro (passo de camelo), o que lhe confere movimentos gingantes, com balanço lateral do tórax e dos quadrís, acentuados na cauda, quando está erguida. A passo, a cabeça é portada abaixo da linha de dorso. Trote fácil, suave, livre, de passadas largas, com bom alcance e rendimento. Galope poderoso, alcançando velocidade insuspeita, em cães de tal porte e peso. A movimentação do Fila Brasileiro é sempre influenciada por suas articulações, típicas do molossóide, o que, efetivamente, lhe permite súbitas e rápidas mudanças de direção.

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Desqualificações :

1) Agressividade ao dono.

2) Covardia.

3) Nariz cor de carne.

4) Prognatismo superior.

5) Prognatismo inferior, com dentes A mostra, estando a boca fechada.

6) Falta de 1 (um) canino ou 1 (um) molar, exceto o 3º (terceiro).

7) Olhos azuis, louçados.

8) Orelhas ou caudas operadas.

9) Garupa mais baixa que a cernelha.

10) Todos os cães brancos, cinza-rato, malhados, manchetados e os preto e castanhos.

11) Abaixo do mínimo de altura.

12) Ausência de pele solta.

13) Ausência do passo de camelo.

 

FALTAS MUITO GRAVES :

1) Cabeça pequena.

2) Lábios superiores curtos.

3) Stop pronunciado, visto de frente.

4) Olhos protuberantes.

5) Falta de 2 (dois) dentes exceto os P1.

6) Falta de barbelas.

7) Apatia e timidez.

8) Sensibilidade negativa ao tiro.

9) Dorso carpeado.

10) Linha superior plana.

11) Linha inferior excessivamente esgalgada.

12) Jarrete de vaca.

13) Ausência de angulações dos posteriores (perna de porco).

14) Ossatura leve.

15) Falta de substância.

16) Acima do máximo de altura.

17) Marcações em branco que excedam a 1/4 (um quarto) do geral.

18) Despigmentação nas pálpebras.

19) Olhos redondos.

20) Figura quadrada.

Graves:

1) Focinho curto.

2) Orelhas pequenas.

3) Orelhas de implantação alta.

4) Olhos excessivamente claros.

5) Presença de rugas no crânio, estando o animal em repouso.

6) Prognatismo inferior.

7) Falta de 2 (dois) dentes.

8) Papadas.

9) Dorso selado.

10) Garupa muito estreita.

11) Cauda portada enroscada, acima da linha do dorso.

12) Peito pouco profundo.

13) Desvios acentuados de metacarpos e metatarsos.

14) Posteriores muito angulados.

15) Passos curtos

SIMPLES :Tudo que se afasta da descrição do padrão.

PROVA DE TEMPERAMENTO: obrigatória a todos os exemplares (após 12 meses), para que tenham seus títulos de campeonato homologados deverão ter o certificado de apto na prova de temperamento. Sua realização deverá ser obrigatória em exposições especializadas. Facultativa nas gerais, a critério do Juiz, desde que sejam realizadas fora do recinto da exposição e publicas. Esta prova compreende:

Fica expressamente proibido bater ou tocar no  animal.

1) Ataque com vara: onde o cão deve atacar à frente do apresentador, sem deste revelar dependência, permanecendo o condutor im6vel.

2) Prova de tiro: deverão ser dados dois tiros de festim a distância de (5) cinco metros do cão, devendo este colocar-se em atenção, revelando confiança e segurança próprias.

3) Durante todo o desenvolvimento da exposição o árbitro deverá avaliar o comportamento do animal, em especial sua expressão, e durante a prova de temperamento:

a. A aversão do animal a desconhecidos;

b. A segurança, coragem, determinação e valentia do exemplar.

NOTA: os machos deverão apresentar os dois testículos com aparência normal, completamente descidos e bem acomodados na bolsa escrotal.